Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querido,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativo, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monge de marfim...
E a lágrima que choro, branca e calma,
Ninguém a vê brotar dentro da alma!
Ninguém a vê cair dentro de mim!
(adap. F.E.)
terça-feira, 13 de novembro de 2007
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