sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Por um minuto

E todos os amantes adormeceram
E todas as palavras já se calaram
Já não vive o mundo em que se perderam
Nem as madrugadas em que se amaram

Ter os teus passos de volta à minha porta
Que diziam que me amavas quando estavas longe
E deixar que amanha juntos nos encontrem
E que passe a ser vida o que agora é só sonho

E assim enquanto eu te beijo
Que mude o destino, por um minuto
Que o meu corpo encontre o teu corpo
Num prazer absoluto

E enquanto eu te abraço, aperta-me nos teus braços
Por um minuto
Desse jeito que só tu sabes
Desse jeito que é só teu

NS

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querido,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativo, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monge de marfim...

E a lágrima que choro, branca e calma,
Ninguém a vê brotar dentro da alma!
Ninguém a vê cair dentro de mim!
(adap. F.E.)